23 setembro 2011

Pôr do sol na Primavera

Vivemos em um mundo pós moderno e capitalista. Acabou-se a cultura! Os valores de outrora hoje são substitúidos por objetos de desejo, sem vida própria, criados pela indústria do eu posso, eu quero, EU CONSIGO. Nunca estivemos tão conectados, plugados, com o mundo globalizado. Nunca estivemos tão solitários. Em busca de uma satisfação insaciável, perdemos o que há de mais essencial no ser humano: A ALMA.

O olhar crítico foi gradativamente substituído pelo superficial. O banho não é mais o mesmo se não tiver o sabonete DOVE e o shampoo ÉLSEVE. A água não precisa estar quente ou fria para causar aquele prazer. Tanto faz. A maçã vermelhinha já nem precisa de sabor. O importante é saciar a fome. Que tal um Mc Donald´s? Rápido e prático e já escolhem o que vou comer, nem preciso perder tempo. Tudo é digerido. Como todo o resto. (isso me lembra o filme Cidade dos Anjos)

Estamos cheios, fartos de informação e fast food, porém, sedentos de sentido e prazer. Vivemos de aparência. Na caverna de Platão. Para que a realidade se a sombra já me basta. Para que sentar a mesa se vivo bem com migalhas? O importante já não é mais o que sou, mas o que possuo, o cargo que ocupo. O bem e o mal, o pensamento e o imaginário se misturam como na ficção de George Lucas. Na televisão e na internet tudo é possível, tudo é ficção, melhor encarar assim a realidade. E com isso a vida passa em ritmo alucinante. Como em um videoclip. Corra Lola, Corra! No final, todos nós olhamos para trás e enxergamos um passado cheio de deveres, trabalho, conquistas, mas SEM SENTIDO.

Quero a simplicidade do campo, a ingenuidade da infância, a paz de espírito, a paixão da adolescência e nada mais. Só assim o querer terá sentido. COMO UM PÔR DO SOL NA PRIMAVERA!

3 comentários:

Luciana Stabile disse...

Viva os sabores das festas infantis,
as flores no jardim da sacada,
os pontos de luzes no horizonte do retrovisor,
os perfumes encontrados na feira,
o cheiro de pipoca com manteiga do cinema,
o sorriso da criança ao ganhar um picolé,
viva as emoções, aquelas simples e profundas e com gostinho de VIDA!
FELIZ PRIMAVERA, DU! =)

Vinicius Arruda disse...

Hoje tudo se resume em velocidade, seja ela tecnológica ou do cotidiano essa dinamicidade não é própria do ser humano. Vivemos para girar as engrenagens de um sistema que tira nossa essência em benefício dele próprio. Mas a vida é essa, nós criamos esse monstro. O que me me alegra é saber que em meio uma sociedade alienada a minoria ainda faz a diferença. Pode parecer muito esquerdista, mas frente a nossa realidade, VIVA A RESISTÊNCIA!

Marcos Sorrilha disse...

Bom, não quero discutir no meu pitaco sobre pós-modernidade e, muito menos, se de fato ela existe.Apesar de, definitivamente discordar dessa ideia do fim da cultura (rsrs). Mas o seu post me fez lembrar muito o último filme do Woody Allen em que o passado sempre se parece com os tempos gloriosos e o presente sempre deixa a desejar.
Abraço.

Postar um comentário