22 março 2012

PINA. Dance, dance, dance ou o mundo estará perdido

Lindo, sensível, cativante, mágico, iluminado e poético. Muitas reações se misturam ao assistir o documentário PINA, do diretor alemão Wim Wenders. Com belíssimas apresentações de dança contemporânea da companhia Tanztheater Wuppertal Pina Bausch, o diretor passeia pelas histórias dos personagens que dançam no grupo. Não pense que no documentário temos longos monólogos ou discursos que vão contar como surgiu a companhia, sua importância para o ballet, ou a história de Pina. A pouca narrativa verbal existente são os depoimentos desses personagens sobre Pina Bausch, com quem conviveram e aprenderam, além da dança, a vencerem seus medos. O diretor coloca o foco nesses personagens e como a vida de cada um deles, do mais velho ao mais novo, mudou com a entrada na companhia.

O que se vê é um espetáculo. De fotografia, de imagens, de dança, de música e de sentidos. Além da cuidadosa produção controlada e milimetricamente decupada, nos palcos, vemos cenas dos personagens dançando em lugares cotidianos da Alemanha, como parques, ruas e estações. Gostei da forma como foram gravados os depoimentos. Sempre em off, mostrando apenas as expressões dos personagens. Vemos também muitas cenas com água, terra, areia e outros elementos escolhidos por Pina na elaboração das coreografias. A utilização de focos de luz bem trabalhados e da profundidade de campo em muitas cenas também colaboram para que o espectador participe da cena.

Interessante perceber o quanto esses profissionais são humanos e dedicam uma vida inteira a preparar espetáculos como esse, que fazem bem aos olhos e principalmente para a alma. Pina é o primeiro documentário de arte filmado em 3D, o que realça cada momento do espetáculo e aproxima quem assiste do universo do contemporâneo. Imperdível para quem gosta de arte, dança e principalmente de aguçar os sentidos. Como a própria Pina diz no filme: "Dance, dance, dance, ou o mundo estará perdido.".


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